Não atire pedras...mas vá e não peque mais...



A questão da homossexualidade vista sob a perspectiva cristã rende longas discussões, sem necessariamente esbarrar em guerras frias ou quentes, com ameaças de ambos os lados. O ponto primordial, para mim pelo menos, é defender de fato a visão cristã (bíblica) sobre o tema. Desculpe a redundância no grifo entre parênteses, mas alguns não entendem isso, ainda.
Com isso em mente, afirmo que nenhuma manifestação cristã pode estar desvinculada do amor, marca essencial de todo aquele que tem Cristo como Senhor e Salvador. Assim, o ponto principal em qualquer debate é oferecer uma visão cristã sobre os comportamentos e os desejos sexuais, sem precisar desembainhar espadas invisíveis, num confronto infrutífero com quem segue a chamada orientação homossexual.
Mas o leitor pode se perguntar ou me perguntar: por que defender um ponto de vista cristão sobre a homossexualidade? Por que debater sobre a individualidade dos desejos de cada um? A resposta para essa indagação vem com outra pergunta: por que não? Até onde sei, vivemos num estado democrático onde as opiniões têm amparo constitucional e encontram eco em fóruns onde a livre expressão do pensamento não se curva às ditaduras, sejam elas provenientes de sisudos macacões militares ou descolados acessórios de grifes.
Expor a perspectiva bíblica sobre a sexualidade é um ato de amor. Faz parte da missão de levar o evangelho do Senhor a toda criatura. Mas isso, na minha opinião, deve ser feito com o devido tato, respeitando a diversidade de comportamento sexual. Respeito à diversidade de opinião que precisa necessariamente ser uma via de mão dupla.
Outro ponto que precisa ser suplantado é de natureza etimológica sobre a orientação sexual de cada um. Chega de perder tempo discutindo se o desejo homossexual é inato ou adquirido. A gênese do pecado deve ficar para os acadêmicos. O que importa é entender que o homem, inclusive heterossexual, é um pecador nato. Por isso precisa de salvação e de conhecer a verdade que liberta de todas as amarras que impedem o acesso à graça nos dada por Cristo. Amarras essas que incluem o desejo sexual pervertido (para os padrões bíblicos).  
Acho desnecessário expor aqui o padrão bíblico para o relacionamento sexual entre homem e mulher, criados como criaturas distintas e complementares no plano de Deus para a vida do ser humano na terra. Mas como não posso deixar de enfatizar a defesa do evangelho aqui neste espaço, trago um trecho da carta aos romanos:
Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão”. Romanos 1:25-27
Dito isto, reforço que não devemos jogar pedras nos homossexuais. Eles merecem amor, carinho e compreensão. São filhos de Deus, podem e devem ser salvos se conhecerem a verdade que nos liberta de nós mesmos. Em João 8:7, Jesus disse à adúltera: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. Todos sabem que ninguém jogou e todos se retiraram envergonhados. Mas Jesus disse a verdade à mulher ameaçada, com todo o amor que lhe é natural no versículo 11: “Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais”. Quem tiver ouvidos que ouça.