Deus é o pai do rock
Interessante perceber que as discussões sobre o chamado rock
cristão têm lastro na história da igreja moderna, mas ainda está longe o
estabelecimento de um consenso sobre a questão. Numa pequena pesquisa, verifiquei que o
tema ainda ecoa na cabeça de muita gente, principalmente diante do ingresso de
outros ritmos na igreja como o axé, o sertanejo e o rap. Mas meu foco hoje é no rock,
por favor (rsrsrs).
Para reflexão dos leitores do blog, trago trechos de um artigo que Keith Green escreveu sobre o tema (possivelmente entre o final dos anos 70 e início dos 80, uma vez que ele morreu em 82). Acho interessante compartilhar com os amigos algumas observações do músico e missionário cristão que vão na essência do debate e não apenas naquela superficial questão ligada à gênese desse estilo musical.
Para início de conversa, uma breve biografia de Green (que pode ser aprofundada nos links em seu nome). O cantor e missionário gravou cinco álbuns cristãos, a maioria deles flertando com o rock e com a música de sua época, entre os anos de 1977 e 1982. Ele percebeu que seu chamado não era para ser apenas um músico gospel e atuou na evangelização de prostitutas, viciados e sem-teto e criou o Last Days Ministries (LDM) que depois se transformou em revista para divulgar ideias de pregadores como Leonard Ravenhill, David Wilkerson e Charles Finney.
O que me chamou atenção na biografia deste cristão foi o fato de Green sentir-se direcionado por Deus a não mais cobrar dinheiro por suas apresentações e seus discos e lançar a política do “pague o que puder” para financiar seus trabalhos de evangelismo. No cenário de "tudo por dinheiro" da atual gospelândia nacional, esse é um exemplo a ser seguido.
Pois bem, Green deixou claro no seu artigo que não há mal em si no rock e sim no coração e na intenção das pessoas. Num trecho ele afirma: “Se há algo de errado ou mundano em tudo sobre o chamado 'rock cristão', é o espírito de auto-exaltação em muitos dos registros e concertos de hoje”. O cantor utilizou como base de reflexão o texto bíblico de Romanos 14:14: “Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro”.
Como ilustração, ele pega uma faca para mostra que um mesmo objeto serve para a morte e para a vida. "Pegue uma faca, por exemplo. Com ele, você pode cortar o pão, esculpir um assado ou você pode fazer mal e até matar alguém. Em outras palavras, você pode ser criativo e produtivo, ou você pode ser destrutivo e assassino. A faca em si, quando colocado num ambiente de criminosos, torna-se uma arma. Mas colocá-lo em uma cozinha, torna-se uma ferramenta útil, até necessário, para a preparação de alimento para sua família".
Green também faz uma comparação entre a dança de Davi e a das pessoas nas discotecas daquela época, enfatizando que não a forma,
mas a essência fazia a distinção entre os movimentos
corporais. “Não era a dança que era má, ou a música que eles dançaram, mas a
atitude e a motivação do seu coração”.
Nas conclusões de seu artigo, Green destaca o que move as
pessoas a cantar, dançar ou tocar para Deus. “Eu também quero dizer que sim, eu acredito que o Espírito Santo é entristecido por muito
do que está sendo passado hoje como ‘ministério da música’ e ‘música gospel’ -
não tanto pela batida ou conteúdo, mas por a falta de compromisso e unção. Acredite
em mim, se o seu coração está certo, então a sua música vai ser boa também. Mas
se o seu coração está cheio de egoísmo e orgulho, então mesmo se você cantar o
hino mais doce, sua música vai levar para morte e não para a vida”.
Ele encerra o texto com o belíssimo texto de Lucas 6:45: “O
homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem
mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do
que está cheio o coração”. Que o testemunho desse homem estimule outros nestes tempos modernos a buscarem no Evangelho algo mais do que a satisfação pessoal ou apenas mais um meio para a efervescência de suas vaidades. Numa outra postagem, falarei sobre a sua música e sua contribuição para o mundo cristão.
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Música
Muito boa sua postagem, a bíblia nos diz que o diabo é pai só da mentira!
ResponderExcluirMETANÓIA e reforma já!
Faço parte de um grupo de samba (não saindo do rock, mas fazendo um paralelo com ritmos "do diabo"). Temos surpreendido muitos nas igrejas que visitamos. Vemos muitos olhos de surpresa, seguidos de um sorriso de aprovação e que o nosso louvor está agradando. Mas também já vimos olhares de reprovação, e ainda existem igrejas que não convidam nosso grupo por causa dos ritmos tocados.
ResponderExcluirTudo que tem fôlego, louve ao Senhor.
Se a adoração vem do coração, o Senhor aceita.
Deus abençõe a todos.
PS.: Gosto de rock. Posso dizer que sou um roqueiro dentro de um grupo de samba.
Texto "bença"! Concordo com o Márcio, o diabo é pai apenas da mentira, e falando sobre mentira (só pra descontrair!), muitas pessoas dizem que aqueles que mentem são filhos do diabo! Não concordo! Explico. O texto diz que ele é o "pai da mentira", não pai dos mentirosos, logo para mentira existir precisa-se de uma "mãe da mentira", logo o mentiroso é essa mãe, e a mentira nada mais é que a filha do diabo e de sua "mamãezinha"!
ResponderExcluirConcluido a viagem: O mentiroso é a noivinha do capiroto! (risos rachantes!)
Isso aí Fredão rock'n roll na véia...errr vêia! (rock cristão acompanhado da atitude certa no coração, é claro!)
Microscopicamente teclando (João 3.30),
pr. Walter Filho
http://blogdowaltim.blogspot.com
Ps.: Dá uma olhada na barra lateral direita do meu blog e me diz o que achou, a big hug brother!