Detox digital do cristão: uma necessidade urgente para nossos dias


A dependência tecnológica é um dos pecados da atualidade que mais precisam da atenção dos cristãos desta geração. Um veneno silencioso que nos contamina sutilmente. Muitos preferem não ver. 

Mas é uma das astutas armadilhas contra o cristão menos disciplinado. O problema está longe de ser exclusivo dos cristãos. Conhecido mundialmente como Internet Addiction Disorder (IAD), o problema afeta relacionamentos, atividades profissionais e gera até problemas de saúde, físicos e mentais.

Esse vício já originou algumas estratégias de tratamento conhecidas como detox digital (desintoxicação digital) que vem ganhando força principalmente nos Estados Unidos onde sites como o the digital detox oferecem acampamentos e outras iniciativas de desintoxicação para os viciados em tecnologia

São alternativas interessantes, mas não suficientes para por fim ao problema. Como cristãos, sabemos que apenas força de vontade não é suficiente. É preciso renovar a mente.

"Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim". (Romanos 7:18-20)

Para isso, o cristão precisa ser disciplinado. Entender que o vício tecnológico é um problema muito mais prevalente do que possa imaginar e lembrar das sábias palavras de Paulo nos alertando de que tudo o fazemos deve ser para a glória de Deus. 

"Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus". (1 Coríntios 10:31) E não adianta dizer que usa a internet para evangelizar, enquanto bisbilhota alguém pelo facebook. É preciso equilíbrio, moderação e sabedoria.

Esse vício ganha ainda contornos mais graves quando se manifesta potencializado por uma rede social como o facebook. Um ambiente virtual onde as pessoas se tornam avatares de si mesmas convidando outros para um espetáculo voyeurista em que a realidade é desfocada no terreno das fantasias, dos sonhos e dos desejos. 

Onde nossos "amigos" se tornam caricaturas projetadas pela vaidade de cada um. Muito cuidado, meu irmão e minha irmã. "O homem honesto é cauteloso em suas amizades, mas o caminho dos ímpios os leva a perder-se". (Provérbios 12:26)

O que prevalece no facebook é o que no mundo há. "Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo". (1 João 2:16). 

Outra tradução fala em soberba da vida, exatamente o que abunda no facebook. Ou seja, a rede social exige muito cuidado e um filtro bem ajustado para a seleção de seus "amigos". "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes". (1 Coríntios 15:33)



Mas a minha atenção aqui não é demonizar o facebook. Ele também cumpre uma importante função social como canal de comunicação, principalmente para diminuir a distância entre familiares em Estados ou países diferentes. 

A palavra nos alerta para a necessidade de por à prova todas as coisas para ficar apenas com o que é bom. O fundamental é perceber que tanto as redes socais como as tecnologias que lhe servem de mídia precisam ser colocadas no seu devido lugar. De meros instrumentos ao nosso serviço. 

Cuidado para não se tornarem escravos delas, lembrando que já nos colocamos como servos e não é possível servir a dois senhores, como diz a palavra.

A tecnologia não é boa e nem ruim. Nosso desafio é perceber quando ela passa a representar mais do que apenas um meio e se torna um fim em si mesma. 

Quando sua representação passa de um mero objeto para um ídolo, sem o qual não podemos viver. Além de se desintoxicar, é preciso organizar nosso cotidiano para valorizar o que merece nossa atenção: o convívio familiar, o trabalho, o estudo e nosso relacionamento com Deus, por meio da oração e da leitura bíblica. 

Sem disciplina isso se torna uma missão quase impossível. "Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado". (1 Coríntios 9:27)